domingo, 2 de janeiro de 2011

The Runaways.

Vou falar hoje, de um filme que, acredito eu seja do universo feminino, de como ele pode ser rebelde e agressivo, de como pode ser difícil e duro, principalmente se inserirmos mulheres em um ambiente masculino e na década de 70.
The Runaways foi uma banda de rock and roll americana composta só de mulheres, isso na década de 70 deve ter sido um choque. O filme não explora muito isso, mostra mais a iniciativa da Joan Jett (Kristen Stewart, mais conhecida como Bella Swan, da Saga Crepúsculo) em promover sua música e formar uma banda só de garotas. Ela como toda garota rebelde, vive em grande parte, nas ruas, bebendo e freqüentando bares de rock, em um desses dias típicos, ela se depara com quem viria a ser o produtor da banda, Kim Fowley (Michael Shannon, de Boardwalk Empire e Revolutionary Road), Kim no filme é uma espécie de mentor e apaixonado pelo rock, usando roupas estilo “Bowie”, é surpreendido certa noite, por Joan e sua idéia de formar uma banda de rock só com “mulheres/garotas”, nesse mesmo instante, Joan é apresentada a Sandy West (Stella Maeve) por Kim e com esse encontro as duas começam a ensaiar o que viria a se tornar as primeiras músicas do The Runaways. No começo do filme, somos apresentados ao personagem Cherie Currie (Dakota Fanning, querendo provar que não é mais criança), menina problemática, que tem um pai alcoólatra e ausente, uma mãe atriz que só pensa em si mesma e uma irmã mais velha, metida a rebelde que tem um namorado muito mais velho. Depois de alguns ensaios Kim Fowley percebe que precisa de uma figura para cantar, alguém que traga beleza e erotismo na banda, para chamar a atenção de um público que é predominado por homens (após os anos 80 e nomes com Guns N’ Roses, Bom Jovi, Poison, trouxeram uma grande quantidade de mulheres aos shows). Com isso, em uma casa noturna que toca rock, Kim e Joan caçam seu trunfo, no meio de tantas mulheres “doidonas” teve ter sido difícil escolher, mas o olhar de Kim foi parar exatamente em Cherie (Dakota), foi marcado um ensaio, já com a banda toda, formada até então por, Joan Jett, Sandy West, Lita Ford (Scout Taylor-Compton, muito bonita), Robin (Alia Shawkat) e então Cherie. Depois de alguns ensaios, elas começam a tocar em festas e bares que tocam rock, com isso elas começam a entrar no mundo escuro do rock (e de qualquer outra coisa que gere fama e dinheiro), drogas, sexo, sexo entre as integrantes (uma cena entre Kristen Stewart e Dakota Fanning vai fazer muito homem correr pro banheiro), depois de muito tempo, e um turnê pelos Estados Unidos, elas finalmente conseguem um contrato com uma gravadora e começam sua turnê internacional, indo então, até o Japão (onde quem acompanha, principalmente o mundo da música, sabe que o Japão tem uma admiração deveras exageradas por seus ícones), no meio da turbulenta turnê, Cherie começa a sentir o peso da fama e das drogas sobre si, e ainda é atormentada pelo drama familiar, onde então, sua irmã liga para o hotel e avisa que seu pai está “doente”. O filme é muito vago, não consegue explorar bem a dicotomia de se viver em um ambiente deste tipo, onde tudo é permitido e exagerado, e a dosagem ideal só vem com algum problema sério (muitas vezes morte) de alguém. Cherie desmaia no hotel, e com isso ela começa a se questionar em relação a banda. Eu sei que os dramas abordados no filme, são também do universo masculino, mas sinceramente acredito que a “reação” da mulher seja diferente do homem, mesmo que seja uma mulher “durona e rebelde” e isso não é explorado no filme. A diretora e fotógrafa, Flor Sigismondi nunca fez nada a não ser alguns míseros curtas, para o primeiro filme, teve até uma qualidade, mas o roteiro poderia ser mais denso, sinistro, mostrar mais o universo tenebroso, que adolescentes em um mundo desses são meras cobaias para outras pessoas ganharem dinheiro.
Em retorno aos Estados Unidos, com o drama do pai doente, e com sua vida desgastada, Cherie em um belo dia de ensaio, decide não cantar e não ensaiar, e de uma hora para outra “Just like that” decide parar. Com isso Joan que tem como propósito, viver de sua música, se revolta e também sai da banda. Saindo então, do ensaio encontra Cherie do lado de fora, e que lhe diz que quer sua “vida de volta”, com isso temos uma cena clichê, ela abre a porta de saída do estúdio e uma luz branca (dizendo que ela sai das trevas para luz), retoma a sua vida “comum”. Com isso Joan continua em busca de seus objetivos e continua a compor e tocar, assim como toca até hoje com o grupo Joan Jett & The Blackhearts, mostra-se no final que ela continuou com sua carreira. Cherie vai para clínicas de recuperação, começa um trabalho normal, tem uma vida turbulenta pois continua com os vícios e nisso termina o filme, ele vem e vai, assim como os The Runaways, muito rápido, talvez até causando algum impacto, que deve ter causado na década de 70, mas assim como o filme, também passageiro, o filme é sim divertido, mas é pouco profundo e pouco abordado em seus meios mais obscuros. O filme vale ser assistido, como entretenimento, nada mais. Ainda tenho na mente o Velvet Goldmine, um filme que realmente vale a pena ser assistido, com grandes atuações e atores, tais como: Ewan McGregor, Jonathan Rhys-Meyers e Christian Bale. Esperava que The Runaways seria a versão feminina de tal filme, mas me enganei, mas fica aí, para a posteridade, o filme de uma banda que assim como o filme deve ser esquecido após algumas horas.

"Hasta la vista, Baby"


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